domingo, 4 de julho de 2010

Messi em Notícia do site sport.es (ESPANHA)

Messi, el silencioso


“Cuando Messi llegó al Barça era autista”, aseguran. Decir que era un chico callado no hacía honor a la verdad. No es que el argentino, el hoy mejor jugador del mundo, fuera discreto, es que “no abría la boca para nada”, comentan. “Cuando llegó era como si no estuviera. Sentado en el autobús o en clase, se apartaba sin hablar”, comenta Clausi. Hasta que, en un torneo en Italia, dentro del vestuario, se arrancó: “Fue una fiesta, todos flipamos. No sé porque, pero aquel día despertó y habló. Joder, si montamos una fiesta y todo”. Oriol Palencia también recuerda sus silencios: “La verdad es que no decía absolutamente nada”. Aún así, todos le respetaban. De hecho, él se hacía respetar: “Veías un tío bajito y delgado, pero cuando lo veías jugar... era bueno, una bestia. Lo mismo que hacía entonces lo sigue haciendo ahora. Yo nunca he visto a un jugador como él, en mi vida”, explica. El futbolista de la Grama comenta una anécdota: “En el campo del Cornellà, en la final de la Copa Catalunya ante el Espanyol, Messi llevaba una máscara porque se había roto el pómulo. No estaba cómodo y se la quitó. Se puso a jugar, metió tres goles y se marchó”.

sábado, 3 de julho de 2010

LIONEL MESSI - Uma Lição de Vida

Nem Cruijff nem Ronaldinho. E nem Maradona.
Para os adeptos do Barça a oitava maravilha é Messi. Eis uma história, uma lição de vida, que encanta Camp Nou.

É uma desforra bem pessoal, a história do menino austista aos 8 anos, anão aos 13, que via o mundo a 1,10 metros do solo. É esse mesmo, Lionel Messi, que botou corpo à base de tratamentos hormonais e que, 59 centímetros depois, encanta o mundo do futebol, naquele jeito singularíssimo de conduzir a bola colada ao genial pé esquerdo, como se o couro redondo fosse um mano siamês, uma mera extensão corporal, um órgão vital, inseparável. E Barcelona rende-se ao talento de "La Pulga". E os adversários caem aos pés de um talento puro e raro.
E por muito talento que tivesse para jogar à bola, estaria o rapaz consciente do destino glorioso que lhe estava reservado?
O miúdo de 16 anos que vestiu pela primeira vez a camisola da equipa principal do Barcelona num jogo com o F. C. Porto, a 16 de Novembro de 2003, na inauguração do Estádio do Dragão, o Lionel Messi que agora caminha sobre a água, é ainda o mesmo menino que sobrevoou o Atlântico, em 2000, para se curar de uma patologia hormonal. Lá na Argentina, na Rosário natal, os prognósticos médicos eram arrasadores: sem tratamento eficaz contra o nanismo, Lionel chegaria à idade adulta com 1,50 metros, no máximo.
Os diagnósticos alarmaram os Messi. E o custo dos curativos também: mil euros mensais, ou seja, quatro meses de rendimentos da família de La Heras, um bairro pobre de Rosário. Mas o pai de Lionel não se resignou. Sabia que o filho, pequeno no corpo, era gigante no talento. E não aceitou a fatalidade. Nessa altura, o prodígio de dez anos despontava no Newells Boys, fintando meninos com o dobro do tamanho e marcando golos atrás de golos. O pai sugeriu ao clube que pagasse os tratamentos de Lionel. A resposta foi negativa. E o mesmo sucedeu quando os Messi foram bater à porta do grande River Plate.
Na adversidade, a família Messi teve mais força, com a ajuda de uma tia de Lionel, emigrada na Catalunha. E foi assim, em 2000, ainda antes de completar 13 anos, que Lionel e os pais viajaram até Lérida. Dias depois, o pequeno prodígio foi fazer testes ao Barcelona... E com a bola quase a dar-lhe pelos joelhos, aquela habilidade enorme logo maravilhou os treinadores do Barça.
Carles Rexach, director do centro de formação do Barcelona, ficou maravilhado com o prodigiozinho argentino. Ao cabo de dois treinos, não hesitou e logo tratou de arranjar contrato. E ficou espantado com a proposta do pai do craque: o Barça só tinha de lhe pagar os tratamentos que os médicos argentinos sugeriam. Foi dito e feito.
Durante 42 meses, Lionel levou, todos os dias, injecções de somatropina, hormona de crescimento inscrita na tabela de produtos proibidos pela Agência Mundial Antidopagem e só autorizada para fins terapêuticos. Em 2003, a milagrosa hormona fizera de Lionel o que ele é hoje, um rapagão de... 1,69 metros!
No Verão de 2004, acabadinho de fazer 17 anos, e já com contrato profissional, entrou para a equipa B do Barça. Mas fez só cinco jogos, porque aquele enorme talento não cabia no "Miniestadi". Reclamava palcos maiores. E rapidamente começou a jogar no Camp Nou, na equipa principal. A 16 de Outubro de 2004, o prodígio fez a grande estreia na liga espanhola, num dérbi com o Espanhol. A 1 de Maio de 2005 entrou para a história do Barça: marcou ao Albacete e tornou-se no mais jovem jogador a marcar um golo pelo Barcelona. Aos 17 anos, dez meses e sete dias, começou a lenda.
Cinco anos depois, Messi teve a consagração absoluta. Foi eleito Melhor Jogador do Mundo de 2009, após uma época de sonho, concluída com um feito inédito do Barça "de las seis copas": campeão de Espanha, da Taça do Rei, da Supertaça Espanhola, da Supertça Europeia, da Liga dos Campeões, do Mundial de Clubes. Ufff!!!
O craque que o Barça contratou pelo custo da terapia de crescimento é, hoje, a maior jóia do futebol mundial, segurada por uma cláusula de rescisão de... 250 milhões de euros!!! E é, também, o mais bem pago de todos: o menino pobre do bairro de la Heras é, agora, multimilionário, vencendo qualquer coisa como... 33 milhões de euros anuais em salários e publicidade. Nem em contos...
Lionel Andrés Messi
22 anos (24/06/1987)
Nacionalidade: Argentina
Palmarés: campeão espanha (2005, 2006, 2009), taça do rei (2009); supertaça espanha (2005, 2006, 2009); liga dos campeões (2006, 2009); supertaça europeia (2009); mundial de clubes (2009).

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Um Amiguinho Diferente

Em tempo de INCLUSÃO e trabalhar DIVERSIDADES nas salas de aula,
sempre é bom rever.

10 Anos de Genoma Humano



No Brasil, ainda há muito a ser feito
Para especialistas brasileiros, o país tem excelentes grupos de pesquisa, mas ainda falta massa crítica
Dez anos depois, o país tem excelentes grupos de pesquisa trabalhando na fronteira do conhecimento na área da genética, mas eles ainda são “poucos e escassos”, na opinião de Sérgio Pena, professor de bioquímica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Uma década após o sequenciamento do genoma humano, ainda nos falta massa crítica. E só vamos consegui-la quando os pesquisadores brasileiros se concentrarem em pesquisas originais e de qualidade, especialmente no que se refere à ciência básica, sem necessidade de aplicações tecnológicas imediatas”, disse.
“A genômica está explodindo em todo o mundo”, garante Pena. Uma prova disso é anúncio recente de que a empresa CODE Genetics pretende sequenciar o genoma de toda a população da Islândia, num total de aproximadamente 400 mil pessoas. “Isso vai dar à empresa a liderança mundial em medicina genômica. Seus profissionais já contam com o banco de dados médico de todos esses indivíduos”, explica.
Para o Brasil acompanhar essa corrida pelo conhecimento científico na área, o docente acredita ser preciso escancarar as fronteiras do país para pesquisadores estrangeiros, enviar alunos brasileiros para treinamento no exterior e também melhorar a infra-estrutura dos laboratórios de pesquisa das universidades, com a aquisição de sequenciadores mais avançados. “Devemos devorar, digerir e metabolizar tudo de científico que o primeiro mundo tenha a nos oferecer”, afirma Pena.
Thiago André, especial para o iG - 25/06/2010
Foto: Divulgação IG.

sábado, 26 de junho de 2010

Autismo pode ser evitado com teste

Porto Alegre – O autismo pode se tornar uma doença evitável graças a um teste, de apenas seis euros (pouco mais de R$ 13), segundo pesquisadores do Imperial College, de Londres (Reino Unido). O diagnóstico sempre foi difícil, e a doença costuma permanecer irreconhecível até estados avançados, quando já é muito tarde para ser tratada.
Os pesquisadores afirmam ter descoberto uma forma de detectar a enfermidade a partir dos seis meses de vida. O autor do estudo, Jeremy Nicholson, explica que as crianças autistas têm uma bactéria nos intestinos que pode ser detectada com um exame de urina, antes que apareçam os primeiros sintomas.
A descoberta sugere que um intenso tratamento, centrado no comportamento, comece antes dos danos psicológicos permanentes.
Ilustração: Google

DESABAFO

                                                     
"Tenho um filho autista.
Não sofro por ele ser o que é, sempre digo, não posso curá-lo dele mesmo, nem desejo.
O que eu quero é que ele possa ser respeitado, aceito, e desenvolver suas pontencialidades.... E que a sociedade entenda que ele pode fazer parte dela, mesmo muitas vezes não compreendendo exatamente suas regras e normas."
Liê Ribeiro
Mensagem na Lista de Discussões:

terça-feira, 22 de junho de 2010

Menino autista se comunica por mensagens de computador

O britânico Jamie Ponsonby não consegue falar e durante anos permaneceu preso em seu próprio mundo.
Sua família, porém, o ensinou a usar um teclado de computador e hoje em dia o garoto de 13 anos, que sofre de autismo, consegue não apenas se expressar como também escrever poemas.
Sua mãe, Serena, disse que isso permitiu que Jamie se comunicasse com a família e que, assim, ela pudesse entendê-lo melhor.
"Nós não tínhamos ideia de que havia uma pessoa lá dentro que sabia tudo", afirmou ela.
Emoções e senso de humor
"Por meio da digitação nós descobrimos que ele sabe todo tipo de coisa. Ele está totalmente ciente de tudo, seu senso de humor está totalmente ali. Ele tem uma poesia linda, seus sentimentos e emoções são todos perfeitamente normais e acima da média para sua idade."
O diretor de pesquisas da entidade beneficente Research Autism, Richard Mills, disse que casos como o de Jamie são relativamente raros.
Ele disse que a técnica usada pelos pais de Jamie para ajudá-lo a se comunicar - conhecida como comunicação facilitada - apesar de polêmica, tem mostrado bons resultados.
Ela foi introduzida pela primeira vez na Austrália nos anos 70 e consiste em alguém apoiar a mão, o pulso ou o braço de um a pessoa com deficiência comunicativa enquanto esta usa um teclado ou outro aparelho para formar palavras e frases.
"Nós sabemos que pessoas com autismo muitas vezes precisam de muito tempo de processamento. Eles precisam que as coisas sejam visuais, então palavras digitadas em um teclado tendem a funcionar melhor (do que outras formas de comunicação como o uso da fala, por exemplo)".
Paciência
Serena disse que apesar de Jamie digitar com lentidão - ele levou duas semanas para digitar seu poema sobre autismo - ele está, aos poucos, ficando mais rápido e independente.
Ela percebeu que havia um problema com seu filho quando ele tinha 18 meses de idade.
"Ele foi diagnosticado com dois anos e meio, mas desde os 18 meses eu sabia que algo não estava certo. Ele costumava adorar música mas começava a gritar quando eu o levava para aulas de música", disse ela.
Durante alguns anos após seu diagnóstico, Jamie perdeu mais e mais habilidades , incluindo a fala. Ele tinha uma habilidade limitada para se comunicar por meio de sinais, portanto a comunicação se tornou difícil.
"Nós começamos a estimulá-lo a digitar aos nove anos de idade, após eu ler um livro sobre alguém que achava mais fácil digitar, apesar de ela saber falar", contou Serena.
"Pensei que talvez pudesse ser um caminho diferente. Começamos a estimulá-lo a digitar as palavras que ele sabia usar com sinais e fizemos progressos bem, bem lentos. Nós muitas vezes pensamos em desistir."
"Depois de alguns anos ele começou a ler placas e vimos que ele conseguia ler. Começamos a fazer perguntas e ele digitava todo tipo de coisa que nem sabíamos que ele conhecia", disse a mãe.
"Como uma família, isso nos permitiu a saber que existe alguém ali que sabe tudo que está acontecendo. Ele adora viajar e se você sabe que ele está ganhando algo com isso, sua paciência aumenta."
"Você não fala com ele como com alguém que não entende - sua autoestima e confiança estão infinitamente melhores."
Apesar do sucesso descrito pela família, a técnica da comunicação facilitada é criticada por cientistas que questionam o grau de interferência dos responsáveis no momento de comunicação pelo teclado. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

ARTE AUTISTA NA REVISTA CIÊNCIA HOJE

NA PONTA DO PINCEL
É comum que portadores de desordens neurológicas pratiquem algum tipo de arte. Qual a relação entre arte e autismo e como um pode ajudar o outro?

Conheça iniciativas que ajudam a entender essa questão no Brasil e no exterior.


Uma das poucas pinturas do britânico George Leavitt, de oito anos. Impressionada com a habilidade do filho, sua mãe pendurou o quadro na sala de jantar.
George Leavitt tem seis anos, é portador da síndrome de Asperger (uma doença do espectro do autismo) e odeia brincar de colorir. Mesmo segurar os lápis de cera é difícil para ele, que tem dificuldades motoras. Um dia, George disse à sua mãe, a pintora Elisa Leavitt, que queria “pintar umas maçãs”. Ela lhe deu o material e ele pintou o quadro acima.
Impressionante? Elisa também achou. “Antes, só o que eu tinha era uma coleção de rabiscos do George”, conta ela à CH On-line. Orgulhosa do filhote, Elisa emoldurou a pintura e pendurou na sala de jantar (leia um relato dela sobre como a pintura ajuda seu filho a se expressar).
No artigo de capa da CH de maio, buscamos desvendar os mecanismos neurológicos e biológicos do autismo, que infelizmente ainda são em grande parte desconhecidos pelos cientistas.
No entanto, como é impossível abarcar todas as nuances de um tema apenas em uma reportagem, tivemos que deixar de fora alguns aspectos interessantes ligados a essa desordem. Um deles é justamente o que George fez com os lápis de cera: arte.
Savantismo
Não é raro que portadores de desordens neurológicas como o autismo pratiquem algum tipo de arte – e que sua expressão seja considerada de qualidade, por mais subjetiva que essa atribuição seja. O fato de pessoas com alguma deficiência intelectual demonstrarem um talento excepcional para uma atividade (artística ou não) é chamado de savantismo, ou síndrome de savant.
É comum que portadores de autismo apresentem algum tipo de savantismo direcionado para a arteSó no Google, são mais de 3 milhões de resultados quando se procura os termos autism e art juntos (‘autismo’ e ‘arte’, em inglês). Há até um verbete sobre o tema na Wikipédia em língua inglesa.
Um dos artistas portadores de autismo mais famosos no mundo é o britânico Stephen Wiltshire: após uma viagem de helicóptero por Nova York, o rapaz portador da síndrome de Asperger desenhou toda a cidade, de memória. O rapaz tem obras expostas em museus de todo o mundo, da China aos Estados Unidos.
No Brasil, aparentemente, o reconhecimento público e as pesquisas sobre o tema ainda são incipientes. Médicos e cientistas que tratam diretamente com pessoas diagnosticadas com autismo, no entanto, afirmam ser comum que elas apresentem algum tipo de savantismo direcionado para a arte.
Um desses médicos é Estevão Vadasz, coordenador do Projeto Autismo no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. “Tenho uma lista com mais de 30 nomes de pacientes autistas também artistas”, conta ele.

Confira uma galeria de obras de arte pintadas por portadores de autismo
http://cienciahoje.uol.com.br/galeria/a-arte-dos-portadores-de-autismo


 
Desenhando o autismo
Capa do livro 'Drawing Autism', que compila trabalhos artísticos feitos por pessoas portadoras de autismo.Inspirada pela grande quantidade de bons trabalhos artísticos feitos por pessoas portadoras de autismo, a educadora e analista comportamental americana Jill Mullin escreveu o livro Drawing Autism (‘Desenhando o autismo’, em tradução livre).
A obra, sem previsão de lançamento no Brasil, contém dezenas de trabalhos feitos por pessoas autistas de todo o mundo. Cada desenho é acompanhado por uma pequena entrevista com o artista sobre o que o inspirou a fazer aquela obra.
Antes de publicar o livro, Mullin trabalhou durante 10 anos como supervisora clínica de pessoas diagnosticadas com autismo. “Nesse tempo, convivi com pessoas muito talentosas. Uma delas era um homem, de cujos desenhos eu gostava muito e que me inspiraram a fazer o livro”, conta ela em entrevista à CH On-line.
“Tenho uma paciente que desenha apenas dinossauros desde os quatro anos. Hoje, seus desenhos são excepcionais”Drawing Autism é dividido em sete capítulos, escolhidos de acordo com as temáticas recorrentes percebidas por Mullin nos trabalhos analisados por ela. Há desde desenhos que expressam o isolamento sentido pelos artistas até aqueles que pintam sempre o mesmo tema.
“Em um caso, um artista desenhava exatamente o mesmo objeto mais de mil vezes!”, conta Mullin. No lado de cá, Vadasz conta experiências semelhantes: “Tenho uma paciente que desenha apenas dinossauros desde os quatro anos. Hoje, seus desenhos são excepcionais”, exemplifica.
Autismo é a causa?
Ao observar trabalhos tão interessantes feitos por pessoas autistas sem formação artística, parece inevitável levantar a questão: até onde o diagnóstico de autismo influencia de fato o talento ou a qualidade dos desenhos?
Como apresentamos na matéria da CH de maio, a ciência ainda não conhece com profundidade as características específicas de um cérebro autista. Por isso, é difícil explicar o savantismo artístico de alguns portadores dessa desordem.
“No final das contas, acho que os artistas apresentados no livro têm uma perspectiva diferente ou até mesmo um olhar ‘de fora’ sobre a arte, já que exploram o mundo de maneira diferente das outras pessoas”, opina Mullin.
“Esses artistas têm um olhar ‘de fora’ sobre a arte, pois exploram o mundo de maneira diferente”Para Vadasz, o fato de pessoas autistas demonstrarem interesse por um assunto específico faz com que elas trabalhem esse assunto até a exaustão para se aperfeiçoar.
Segundo o médico, outras características também contribuem para o savantismo de pessoas portadoras de autismo. Memória fotográfica aguçada, atenção extrema ao detalhe em detrimento do todo. “E, claro, uma visão diferente do mundo, que faz com que eles atentem para elementos que nós não percebemos.”
Reconhecimento
No senso comum, a arte é entendida como uma forma de expressar uma visão de mundo particular. Mas ela também pode fazer com que o espectador da obra entenda mais sobre o próprio artista. No caso do autismo, essa contrapartida é fundamental.
“Examinar o trabalho de artistas autistas pode ajudar outras pessoas a se familiarizarem com as emoções mais comuns vinculadas ao autismo”, defende Mullin.
“A sensação de orgulho advinda da aprovação do outro pode ajudar as pessoas autistas a lidar melhor com o seu meio”Mesmo com todas essas vantagens, Vadasz faz uma ressalva: é importante também que a pessoa autista seja estimulada a realizar outras atividades.
“Não é saudável deixar que crianças autistas só façam desenhos ou música, pois vão passar a vida focadas num objeto de interesse”, explica o médico. Para ele, é fundamental que se agregue a essa prática algum valor pragmático.
Esse valor pragmático pode significar, por exemplo, associar outra experiência à criação artística, como o orgulho de ver um trabalho numa exposição ou na parede da casa.
“A sensação de orgulho advinda da aprovação do outro pode ajudar as pessoas autistas a lidar melhor com o seu meio”, afirma Mullin. A experiência de George e seu quadro exposto na sala de jantar comprovam essa ideia.

Leia o relato de sua mãe sobre o evento.
http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2010/06/terapia-perfeita

Por: Isabela Fraga
Publicado em 15/06/2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

AUTISMO - Filme Chinês

O ator chinês Jet Li, segundo da direita para a esquerda, cumprimenta platéia durante a promoção do filme...
Como Jackie Chan, outra estrela de kung fu que saltou da indústria cinematográfica de Hong Kong para Hollywood, Jet Li também trabalha ativamente na China e nos EUA.
Seu trabalho mais recente em Hollywood foi "A Múmia - Tumba do Imperador Dragão".
O ator, trabalhador de um parque aquático, interpreta o pai de um autista no filme “Ocean Heaven”, seu primeiro filme falado em idioma chinês.
Jet Li espera que este filme sobre autismo seja visto como uma alternativa aos tradicionais filmes de kung fu e outros do gênero que dominam a indústria cinematográfica chinesa.
Segundo Jet Li, trata-se de um filme sobre a sinceridade autista, o que demonstra que neste momento os produtores estão dispostos a fazer alguma coisa pelos deficientes na sociedade.
Na visita ao Ocean Park para promover o filme em Hong Kong, o ator estava acompanhado por um grupo de adultos com autismo e outros deficientes da mente.
“Espero que todos possam sentir a relação mais importante na vida: a relação entre pai e filho autista diz ele.”
(AP Photo/Vincent Yu)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Movimento Orgulho Autista Brasil

O Autismo pede socorro!
Uma mensagem a todos os membros de Movimento Orgulho Autista Brasil
Informo a programação referente às comemorações oficiais do "Dia do Orgulho Autista - 6ª edição mundial".

Maiores detalhes como horário, local, premiados e palestrantes, divulgarei brevemente no Site do Movimento Orgulho Autista Brasil em eventos, aguardem.
            
                                                                     (2ªfeira)14/06/2010
Blitz do Autismo
Polícia Rodoviária Federal,BR-040;
(4ªfeira)16/06/2010
Audiência Pública
Câmara dos Deputados;
(5ªfeira)17/06/2010
Entrega do 5ºPrêmio Orgulho Autista 2010/2009
Rádio Nacional de Brasília;
(6ªfeira)18/06/2010
Ciclo de Palestras sobre Autismo/Síndrome de Asperger Universidade IESB;
(sábado)19/06/2010
Desabafo Autista e Asperger
Câmara Legislativa do Distrito Federal.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Novo Currículo Social do Programa Son-Rise®

 INSPIRADOS PELO AUTISMO
O Modelo de Desenvolvimento do Programa Son-Rise® é uma ferramenta que auxilia familiares e profissionais a identificar o estágio atual de desenvolvimento de diversas habilidades sociais das crianças, adolescentes e adultos com autismo. Uma vez identificado o estágio de cada habilidade, o Modelo de Desenvolvimento fornece um currículo social com as atuais e as próximas metas de habilidades sociais a serem trabalhadas.
Informamos que estão disponíveis em nosso site novos textos que podem ser muito úteis para as famílias e profissionais aplicando ou que desejam iniciar a aplicação de um programa educacional de Estilo Responsivo de Interação com suas crianças e adultos.
O novo Currículo Social do Programa Son-Rise® (Modelo de Desenvolvimento do Programa Son-Rise) está disponível em português.
Além disso, você pode fazer o download de um texto que contém algumas das técnicas utilizadas para desenvolver habilidades sociais dentro de interações prazerosas.
Você tem acesso a um exemplo de um relatório semanal preenchido por uma equipe formada por pais, voluntários e profissionais que desenvolvem um programa educacional domiciliar de uma criança que tem o diagnóstico de autismo.
Por fim, há dois Modelos de Relatórios em branco que podem ser utilizados nos programas domiciliares de crianças e adultos. Categorias como Contato Físico, Atividades de Vida Diária, Habilidades Acadêmicas, Habilidades de Amizade, e outras, podem ser adicionadas aos relatórios de acordo com as atuais metas para cada criança, adolescente ou adulto com autismo.

Mais informações no site:
Contate-nos através de:

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Diário de uma Mãe de Autista


“Domingo de outono, meu filho já fez xixi no sofá duas vezes quando já pensava ter superado esta fase, mas elas voltam. Torno a gritar, brigar, colocá-lo de castigo. Mas ele entende? Ele atende o pedido de um beijo, comandos simples, mas porque é tão difícil aprender como pedir para ir ao banheiro?Já não faz mais xixi na roupa. Na rua, segura o esfíncter o máximo que pode até aliviá-lo em um banheiro que se sinta seguro e confortável. Em casa, despe-se todo e tenho que ter a sorte de presenciar este momento para que não ocorra o que hoje sucedeu.No autismo é assim: fases superadas por outras crianças não são etapas definitivamente ultrapassadas. Elas retornam como fantasmas: a insônia, o descontrole esfincteriano, as birras. Os pais são eternos vigilantes do comportamento de seus filhos. Não podemos relaxar, pelo menos não enquanto estamos sozinhos no comando.Clamamos por um tempo de sossego, nada para fazer, nenhum sobressalto. Bendito os avós, professores e demais cuidadores que nos aliviam um pouco desta árdua tarefa. Sabemos que é reconfortante o abraço e o sorriso inocente destes pequenos, mas hoje falo da dor e do cansaço que aflige os pais de crianças especiais. Peço que reflitam comigo, é necessária a pausa para nos reencontrarmos com nossa essência: como somos, do que gostamos, o que nos faz feliz. Isto nos dá força para enfrentar um novo dia.Voltei a dançar. Dancei por dez anos e parei o mesmo tempo. Hoje redescobri o prazer de movimentar meu corpo ao som da música. Alongar, soltar, sonhar com o desejo antigo de ser bailarina. Só sonhar. Já basta.Dance, pinte, escreva. Não perca o contato consigo mesmo, e assim, na próxima dificuldade que a doença de seu filho lhe impuser, respire fundo, faça o que tiver que ser feito e aguarde ansiosamente pelo seu momento de recompensa interior.

Silvia Sperling.”
Foto: Arquivo Pessoal

sábado, 29 de maio de 2010

APADEM e AUTISTAS NO MUNDO DAS ARTES



No mundo das artes plásticas o autismo não é barreira.
Em Volta Redonda, as telas são uma forma de terapia para os pacientes.
As cores fortes marcam o estilo...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Quando o assunto é vacina, Jim Carey é de chorar

Ele ainda acredita que a vacina tríplice causa autismo.
E você?

Nunca achei graça no ator canadense Jim Carrey. Não gosto das caretas que ele faz nem da maioria dos filmes em que ele atua. Talvez a exceção seja Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças – esse sim um bom filme. Na maior parte de sua carreira, Jim Carrey bancou o palhaço. Mas quando o assunto é vacina, ele é de chorar.
Jim Carrey faz parte de um movimento que combate a vacina tríplice – aquela que reduziu drasticamente o sofrimento humano e as mortes provocadas pelo sarampo, pela rubéola e pela caxumba.
Carrey acredita que a vacina tríplice causa autismo.
Entrou nessa onda por influência da ex-namorada, a atriz Jenny McCarthy. (Sim, ex-namorada. Depois de cinco anos de relacionamento ele anunciou pelo Twitter, em março, que o namoro acabou amigavelmente).
Voltando ao que interessa: Jenny tem um filho (Evan, de 8 anos) que recebeu o diagnóstico de autismo. Esse distúrbio do desenvolvimento humano vem sendo estudado há mais de seis décadas. Há várias divergências entre os próprios cientistas sobre as causas do problema. Esse ambiente de incerteza explica por que tantos pais e mães (como Jenny) se apegaram à crença de que o autismo é provocado pela vacina tríplice. As famílias e os autistas merecem todo o nosso respeito e a nossa solidariedade. Posso imaginar o que é buscar respostas concretas para as tantas dúvidas que enfrentam e não encontrá-las.
Lamento, no entanto, que tanta gente (como Jim Carrey) tenha acreditado na conversa do gastroenterologista britânico Andrew Wakefield. Em 1998, ele ficou famoso ao afirmar que a vacina tríplice podia causar autismo. O estudo que pretendia estabelecer a relação entre as duas coisas foi publicado na prestigiosa revista científica The Lancet. Apesar de ter sido contestado pelos mais respeitados especialistas, o trabalho ganhou uma enorme repercussão na mídia.
De uma hora para outra, Wakefield se tornou onipresente. Estava em todos os programas de TV, nos mais importantes jornais, nas revistas. Os jornalistas perguntaram ao então primeiro-ministro Tony Blair se ele havia vacinado o filho Leo. Ele se negou a divulgar qualquer informação sobre a vida pessoal do garoto – o que é perfeitamente compreensível. Mas a recusa de Blair em responder foi interpretada como uma evidência de que o garoto não havia sido vacinado.
A histeria derrubou a cobertura vacinal na Inglaterra e levou ao aumento dos casos de sarampo e caxumba. Em 2006, um garoto de 13 anos morreu de sarampo. Foi a primeira vítima no país desde 1992. Milhões de pais na Inglaterra, nos Estados Unidos e em outros países deixaram de vacinar seus filhos.
Nesta semana, surgiu uma novidade nessa história. O registro profissional de Wakefield foi cassado na Inglaterra. Ele não pode mais ser considerado um médico. A razão da cassação não foi o estudo em si, mas as graves infrações éticas que ele cometeu durante a pesquisa.
Vamos por partes: o estudo de Wakefield sempre foi considerado inconsistente. Tornou-se exemplo de má ciência. Logo que foi divulgado, os especialistas argumentavam que a amostra era pequena (apenas doze crianças) e que não era possível estabelecer uma relação de causa e efeito como ela tentava fazer.
A alegação de Wakefield era das mais arriscadas. Dizia ter diagnosticado uma inflamação no intestino das crianças que haviam tomado a vacina tríplice alguns dias antes. Nove das doze crianças participantes do estudo também tinham autismo. Segundo ele, os sintomas haviam aparecido entre um e 14 dias depois da vacinação. Wakefield concluiu, então, que a vacina havia danificado os intestinos. Sua hipótese: a imunização contra o sarampo causaria uma séria inflamação intestinal. Essa inflamação faria com que proteínas prejudiciais circulassem pela corrente sanguínea e chegassem ao cérebro. Lá, elas danificariam os neurônios e levariam ao aparecimento do autismo. A ligação não lhe parece frágil?
“Publicar no The Lancet é o sonho de todo pesquisador da área médica”, diz o pediatra Gabriel Oselka, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Nunca entendemos como o The Lancet foi capaz de publicar um artigo tão fraco.”
Vários estudos foram realizados nos anos seguintes com milhares de crianças. “Está comprovado que não existe qualquer relação entre a vacina tríplice e o autismo”, diz Oselka. Confira aqui alguns dos estudos que refutaram essa relação e foram reunidos pelos Centros de Controle de Doenças e Prevenção (CDC), dos Estados Unidos.
Em fevereiro, os editores do The Lancet se retrataram. O artigo foi extraído das bases de consulta da publicação. É uma tentativa de apagar um passado vergonhoso, mas ela não vai redimir o enorme estrago já feito.
O médico não perdeu o registro profissional apenas porque publicou um artigo ruim. Se essa fosse a regra, faltariam médicos no mundo. Wakefield se complicou por outras razões. Num documento de 143 páginas, o General Medical Council (entidade equivalente ao CFM, no Brasil) considerou-o culpado de trinta acusações. Entre elas, “desprezar o sofrimento das crianças submetidas ao experimento”.
As crianças com sinais de autismo foram submetidas a punções lombares e a colonoscopias que não iriam lhes trazer qualquer benefício. Segundo o conselho, Wakefield coletou amostras de sangue de crianças na festa de aniversário do próprio filho. Teria pago 5 libras a cada uma.
Ele também mentiu aos editores do The Lancet sobre seus conflitos de interesse. Wakefield prestava assessoria a advogados de famílias autistas interessadas em processar os fabricantes da vacina tríplice. Não contou também que havia registrado a patente daquilo que imaginava ser uma nova vacina contra o sarampo. Uma das crianças, por sinal, recebeu doses dessa substância sem que o pediatra dela fosse avisado. “Wakefield desonrou a medicina. O comportamento dele revela vários exemplos de má prática profissional”, disse Surendra Kumar, presidente do General Medical Council.
Wakefield mora nos Estados Unidos. Trabalhava numa clínica de medicina alternativa em Austin, no Texas, mas se desligou em fevereiro. Não se sabe onde trabalha atualmente. Na segunda-feira 24, estava em Nova York e deu uma entrevista ao programa Today, da rede de TV NBC. Disse que a cassação de seu registro foi “um pequeno acidente de percurso”. Afirmou que vai continuar sua pesquisa para tentar comprovar a relação entre a vacina e o autismo.
Sempre existiram pessoas que optam por não vacinar seus filhos. Elas acreditam que o sistema imune pode ficar comprometido ou que as vacinas podem causar doenças. A mensagem de Wakefield, no entanto, não ficou restrita a esse público tradicionalmente avesso à vacinação. Atingiu muito mais gente, graças à enorme atenção que recebeu da mídia e à divulgação feita por celebridades.
Em fevereiro, lá estavam Carrey e Jenny defendendo Wakefield. “Ele está sendo vítima de uma campanha orquestrada para impedir o avanço de suas pesquisas”, escreveram num manifesto. Wakefield está tentando construir uma carreira de mártir e pode ter muito sucesso nisso. É possível que em breve lance algum livro na linha “a verdade por trás das descobertas sobre autismo e vacinas”. Apelar para o emocional, para a teoria da conspiração é um truque que pode funcionar em casos desse tipo.
A crença de que a vacina tríplice provoca autismo virou uma lenda urbana. É como a história da loira do banheiro, que apavorou a vida escolar da geração que hoje tem 40 anos. Ou como os emails catastróficos que condenam a vacinação contra o vírus H1N1, causador da gripe suína. Depois dessas ondas de grande impacto emocional, restabelecer a racionalidade leva tempo. Mais cedo ou mais tarde, porém, a verdade aparece.
Toda vacina (assim como todo remédio) pode provocar efeitos adversos. A questão é avaliar se o benefício compensa os riscos. “No caso da vacina tríplice, efeitos adversos ocorrem em uma pessoa a cada cerca de 300 mil”, diz Juvêncio Furtado, professor de infectologia da Faculdade de Medicina do ABC. A gravidade dos efeitos varia muito. Vai de uma febre até a morte (que ocorre em raros casos). “Em trinta anos de profissão nunca tive um paciente que morreu por causa de uma vacina”, diz Furtado.
Poucos brasileiros deixaram de vacinar seus filhos por medo de que a imunização provocasse autismo. Em 2000, foram registrados os últimos 17 casos de sarampo no Brasil. A rubéola foi registrada pela última vez em 2008, quando houve 2.201 casos. A caxumba não é uma doença de notificação compulsória, portanto, não se sabe quantas pessoas foram atingidas nos últimos anos. Segundo os especialistas, os casos de caxumba também estão diminuindo. Tudo isso é resultado da ampla adesão dos brasileiros à vacinação. Em 2009, a vacina tríplice foi recebida por 99,7% das crianças com menos de um ano. É um problema a menos para o Brasil.
Para a maioria dos brasileiros, Jim Carrey é só um palhaço.

E você? Confia nas vacinas?
O que pensa sobre a influência que as celebridades exercem sobre a saúde da população?
Conte pra gente. Queremos ouvir a sua opinião.


 Cristiane Segatto
é Repórter especial,
faz parte da equipe da revista  ÉPOCA
desde o seus lançamento, em 1998.
Escreve sobre medicina às sextas-feiras há 14 anos e
ganhou mais de 10 prêmios nacionais de jornalismo.

Foto: Época

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Piedoso Jesus



O UNIVERSO DAS ARTES

"""Alberto Caieiro, um dos heteronônimos do poeta Fernando Pessoa leva-nos ao âmago da arte quando escreve:

O meu olhar é nítido como um girassol,
Tenho o costume de andar pelas estradas,
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascerá deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo.

A eterna novidade do mundo.
Alberto Caieiro/Fernando Pessoa une duas palavras, que, normalmente, estão separadas e mesmo em oposição - eterna e novidade - pois o eterno é o que, fora do tempo, permanece sempre idêntico a si mesmo, enquanto o novo é pura temporalidade, o tempo como movimento inquietação que se diferencia de si mesmo. No entanto, essa unidade do eterno e do novo, aparentemente impossível,
realiza-se pelos e para os humanos.
 CHAMA-SE ARTE
O primeiro desenho nas paredes das cavernas fundava uma tradição porque recolhia uma outra:
a da percepção.
O que dizem os desenhos nas paredes da caverna?
Que o mundo é visível e para ser visto, e que o artista dá a ver o mundo.
Que mundo?
Aquele eternamente novo, buscado incessantemente pelos artistas."""
SERIAM AUTISTAS AQUELES ARTISTAS?
Foto 1 - Viverpuramagia
Foto 2 - duvendor

MESTRES DE OFÍCIO

Numa feira de produtos artesanais fui abordado por uma artesã, que ao me ouvir perguntar pela engenharia das tramas de alguns modelos em alguns trabalhos expostos, contou-me entusiasmada sobre a descoberta daquele tipo de ponto de crochê, de origem portuguesa, aplicado nas roupas da moda no tempo da monarquia no Brasil.
Minha curiosidade obrigou-me a ouvir sobre um assunto que só conhecia porque minha mãe e minha mulher são praticantes daquela arte. Foi muito agradável ouvir aquela exposição e bem feito para minha cara que nunca dei valor o merecido ao crochê.
O sentido daquela história ia muito além do rosto desprovido de vaidade, angelical e brilhante daquela artesã, sobre cada ponto que descrevia. Representava uma doação de gestos físicos, armada de paciência e amor, tentando resgatar artes para contribuir com o renascimento da cultura de um modelo de crochê no seu país.
A peça em crochê apresentava um impressionante volteio dos fios de lã para o ponto alto, que ao passar pelo mágico movimento do dedo polegar, gerava os pontos baixos, curtos, elegantes e distantes entre si, mas ligados por uma espécie de coluna vertebral, solitária na sua função de mestre de relacionamento, ligando as extremidades, fazendo uma pinça de ligação com os demais, formando uma estola artesanal de indescritível beleza plástica.
Para que eu entendesse o mecanismo, ela pediu minha atenção para as funções do dedo polegar, que sem ele, em nossas atividades comuns, inúmeras coisas não poderiam ser feitas, dizia com a voz trêmula, quase chegando à emoção.
Entre elas não seríamos capazes de pegar um copo de água para beber, assim como, fazer o sinal de positivo ou negativo.
Além do mais, ele tem a extraordinária propriedade de ser o único que pode assinar pelo analfabeto. O polegar é o mais forte dos dedos. Sem ele, seríamos incapazes de pegar uma agulha.
É num lance praticamente invisível do dedo polegar, que o giro das agulhas do crochê, faz o dedo indicador ter a função insubstituível de lançar o emaranhado de lã organizado no caos, sobre o grampo, uma peça de sustentação dos fios, que foi aperfeiçoada para o uso específico de viabilizar o renascimento daquele modelo de crochê do tempo da monarquia, por iniciativa e criatividade da artesã, graças à pintura de um quadro onde está a princesa Izabel - A Redentora, revelando aquele adereço sobre seus trajes.
Colocados em outro plano, os fios crochetados surgem dos encaixes e das dobras como parceiros que se formam num conjunto de movimentos corporais, impondo autoridade através da beleza do emaranhado de cores, que ao completar sua metamorfose surge como adorno complementar de roupas femininas que primam pela elegância e bom gosto, se materializando como um verdadeiro ato de amor.
O dedo indicador é que nos mostra os rumos que devemos seguir. É o nosso socorro quando nos orienta nas entradas e saídas. É o único que só dói quando bate.
Além de servir para resgatar artes seculares, é o maior colaborador do polegar na arte do crochê. É o dono da verdade, pois com ele é que pedimos e impomos silêncio.
Sem ele nossa autoridade se esvai, mas também pode nos transformar em mal educados, arrogantes e estúpidos quando o colocamos abruptamente em riste.
O dedo médio não se desvia do nível das articulações, pois responde pela beleza das mãos. É sócio do indicador para o folheamento de livros, revistas e suporte para a escrita. Presta ajuda a todos os seus parceiros, por isso merece o carinhoso tratamento de: pai de todos.
Já o anular é o nosso dedo nobre. Nele é que são colocadas as honrarias. Nas formaturas, ele recebe o anel de graduação. No casamento se realça recebendo as bênçãos sobre as alianças.
O dedo menor, também conhecido por mindinho, o quinto da nossa mão não deixa por menos o seu valor, pois contribui para a harmonia do conjunto. Houve época em que ele quis sair do sério. Deixou crescer a unha e por sua vaidade exacerbada foi punido. Como castigo tem a missão de limpar a sujeira da unha dos outros dedos. Foi condenado a tirar cera dos ouvidos, limpar as inoportunas badalhocas grudadas no nariz e coçar os mais recônditos lugares do nosso corpo.
Mesmo assim não se humilha, não admite discriminações, e na medida do possível se nivela aos demais, pois é o único que permite que nossas mãos alcancem as teclas dos extremos dos instrumentos onde as notas geram peças musicais de inestimável valor e ternura.
É de se perguntar se alguma vez demos à devida importância ao conjunto dos dedos, pois eles é que formam as nossas mãos.
Com nossas mãos tudo fazemos, nos manifestamos, escrevemos, fazemos crochê, fazemos cirurgia, acariciamos e nos identificamos, mas em se tratando de dedos, tive que me socorrer da sua fisiologia e sendo assim não poderia deixar de fora os estereótipos muito comuns em autistas.
Quando encontrei aquela iluminada artesã, captei que das suas mãos, os seus dedos emanavam curvas de energia boa, e que cada ponto do seu crochê era uma união amorosa de um gesto motor-perceptivo-intuitivo. Os estereótipos, não são gestos mecânicos ou impulsos elétricos das mãos ou dos dedos que devem ser tratados de maneira isolada, fio a fio. Na nossa ousadia pensamos que os dedos são provas de que tanto um autista como uma artesã crocheteira, podem expressar a compreensão de que a sua serventia é uma divina expressão corporal.
São expressões silenciosamente eloquentes, reveladas através de um emaranhado de fios da arte de fazer crochê, que estes movimentos dos dedos, mestres de ofício, estereótipos autistas ou não, também podem fazer a luz brilhar, recebendo como paga apenas prazer puro pela aplicação do sentimento de amoroso dever cumprido.


terça-feira, 25 de maio de 2010

Médico britânico que ligou vacina a autismo perde registro

Um médico britânico que relacionou a vacina contra sarampo-papeira-rubéola (MMR) ao autismo perdeu seu registro nesta segunda-feira depois de ter sido condenado por má conduta profissional.
O Conselho Geral de Medicina (GMC) considerou que Andrew Wakefield, 53 anos, agiu de forma "desonesta", "enganosa" e "irresponsável" enquanto fazia uma pesquisa sobre uma possível ligação entre a vacina com doenças intestinais e autismo.
SAIBA MAIS:
Revista médica 'The Lancet' se retrata de estudo que ligava vacina a autismo Estudo descarta relação entre autismo e mercúrio no organismo O estudo de Wakefield, publicado em 1998, na revista especializada The Lancet, gerou grandes controvérsias, e apesar de especialistas e governos terem garantido que a vacina era segura, causou uma enorme queda nos índices de vacinação.
A revista publicou uma retratação este ano por conta do artigo, depois de o Conselho Geral de Medicina ter considerado que Wakefield havia sido "desonesto" enquanto realizava a pesquisa.
O médico, que era consultor honorário em gastroenterologia experimental no London's Royal Free Hospital na época do estudo, afirmou ter tido consentimento para usar as crianças envolvidas na pesquisa, e anunciou que apelará da decisão.
Em um comunicado, ele afirma que a ação impetrada contra ele e contra seu colega de 73 anos, o professor John Walker-Smith, que também teve seu registro cassado nesta segunda-feira, foi uma tentativa de silenciá-lo.
"Esses esforços (têm como objetivo) me desacreditar e me silenciar, e o processo é uma forma de proteger o governo da exposição no escândalo da vacina MMR", disse.


Fonte: France Presse - G1 - Ciência e Saúde

sábado, 22 de maio de 2010

ARTES AUTÍSTICAS


 Meu filho caçula que confirmou ser o companheiro que o nosso autista precisava, mesmo não sabendo, nem onde, nem quando - chegou-se a mim carinhosamente e perguntou: pai sabe o que é Dada, ou Dadaísmo? Encurralado por não saber, não tive tempo nem de por em prática uma estratégia de solução para a resposta, quando ele começou a dissertar:
Dada, ou Dadaísmo, pai, foi um movimento antiarte surgido em 1915 na Suíça, e que fez do deboche uma atitude filosófica, onde a proposta era a construção de algo. A negação de qualquer funcionalismo que a arte do convencional, dando sentido geral a tudo. Satirizando os artistas demonstravam uma revolta cultural e intelectual política.
As produções do Dadaísmo receberam a denominação de "ready-made" (arte com objeto já pronto), nas quais se destacaram vários artistas.
Meu bom Jesus! Não é possível, eu pensava, sentindo meus olhos arregalados. Agora tenho um filho versado em artes. Ou antiartes?
Entre a minha ignorância e o saber do meu filho eu estava chocado. Levei um verdadeiro baile de conhecimentos sobre Dada ou Dadaísmo.
Já ele, com uma arrogância de guerreiro infante orgulhoso por ter vencido uma batalha, observando o inimigo imobilizado com a ponta da lança no pescoço, voltou-se à porta e foi saindo devagar me deixando envergonhado, sem saída.
Ao sair, ainda brandiu sua língua ferina de saber falando: sabe pai, esse negócio de Dada ou Dadaísmo, é “pura arte autística”. Você também pode ver lá no museu que a escola nos levou.
Ops!
- Porque você diz que o que você viu lá é “pura arte autística filho?”.
- Ora pai, tem algumas pinturas expostas lá no museu, que são parecidas com as pinturas e desenhos do Dani.
- Têm algumas gravuras feitas com giz de cera e colagens que são praticamente iguais as que ele pinta e peças de artesanatos que faz.
Pasmo, pensei devagarzinho: bem feito, que lição merecida!
Como ninguém é obrigado a saber tudo fui até o museu, em busca de conhecimentos sobre o Dadaísmo.
Era uma exposição de colagens, fotos, pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e publicações que ilustravam o desenvolvimento e o amadurecimento do Dadaísmo e do Surrealismo no século XX.
Entre os mais notáveis surrealistas estava Joan Miró, Joseph Cornell, Meret Oppenheim, Wifredo Lam, Remédios Varo e Yves Tanguy. Francisco Goya, Willian Blake e Paul Gauguin, entre outros, que se constituiriam nos precursores das vertentes que desaguaram na arte contemporânea.
Você que está me concedendo o amor da sua leitura, pode imaginar como eu estava me sentindo no meio daquelas obras de artistas dos dois movimentos, e que a estranha coincidência oferecia uma excepcional abrangência como registro e comprovação de teses autísticas que defendo, começando justamente na minha casa conversando com meu filho caçula...
Surpresa indescritível!
O movimento do Surrealismo procura estimular a imaginação, expandir os limites da consciência, absorver o inconsciente e o reino psicológico do irracional como o que se revela em alguns sonhos.
Os surrealistas encontraram exemplos de impulsos psicológicos do maravilhoso e do sobrenatural, em pinturas fantásticas dos séculos anteriores.
Ver e entender Dadaísmo e Surrealismo significa entrar no mistério da arte em que, pela primeira vez, a questão racional e conceitual sobrepuja a habilidade física e formal.
Ambos tecem uma filosofia própria e um estilo de vida especial para os seus membros.
Em cada desenho, traço, colagem, foto, pintura, gravura, escultura que eu vi na exposição, vislumbrava um trabalho do meu filho autista.
As artes daqueles artistas são chamadas de dadaístas e surrealistas.
A diferença ou semelhança do estilo de trabalho das artes do meu filho é que são chamadas de coisas de autista.
Saí do museu com as maçãs do rosto assadas, de tanto esfregar o lenço enxugando lágrimas geradas por forte emoção e pelo extraordinário encontro com imagens, que um dia eu julgara serem produtos de marcas psicológicas perturbadoras do meu filho.
A outra grande emoção também foi descobrir que o meu filho caçula distinguia e sabia do valor consciencial do Autismo, mesmo com o tema jamais ter sido discutido com ele, além do contágio pelas atitudes do irmão ser portador da síndrome.
Tenho uma amiga na Comunidade Autista do Brasil, que fez pós-graduação em Arteterapia por que, como artista plástica, sabe do poderoso instrumento pedagógico que é a arte.
Ela tem um neto autista. Ela é um destes espíritos missionários que eu chamo de “mãe excepcional”.
Ela entende arte como um elemento importante para desenvolvimento da autoestima e da criatividade, ambos os elementos primordiais para uma vida... Feliz!
Ela sente que os autistas precisam entender regras sociais sim.
Precisam aprender os conteúdos pedagógicos da escola sim (e as atividades artísticas também podem ser preciosas auxiliares nesses aprendizados), mas, mais importante ainda: precisam aceitar a si próprios, e precisam ser estimulados a serem criativos.
Por que os autistas precisam ser ensinados a serem felizes, afirma!
Pensamos que a arte dos autistas complementa nossa orientação, pois é sugestivo e em sua maioria é de conteúdo bonito, exigente, inovador, solidário e afetivo.
É extraordinário como o autista faz bem essa conexão entre arte, reflexão, produção textual, sensibilidade, inserção, utopia...
A beleza das artes dadaísticas carregadas de influências, ressurgem um século depois de acontecerem, nas artes autísticas que nossos filhos pintam, desenham e esculpem, com ares impressionistas, trazidos das vanguardas surrealistas.
Essa história é um alerta para filtrarmos o que enviamos para nossa mente e perguntar se ela não distingue o real da fantasia, o certo do errado, ou simplesmente grava e cumpre o que lhe enviam como é convencionado para os autistas?
Observem os "artistas" que vocês têm em casa disfarçados de autistas.
Seriam surrealistas ou dadaístas?
Seriam autistas aqueles artistas?

terça-feira, 18 de maio de 2010

PALESTRAS SOBRE INTERVENÇÕES COM AUTISMO

Palestras Sobre Intervenções com Autismo

INVESTIMENTO:

R$ 100,00 – Todo evento

R$ 15,00 – Palestras Individuais

DADOS PARA DEPÓSITO:

Banco do Brasil

Ag.1522-9

Conta 26.637-X

“Envie Fax com o comprovante do pagamento para (41) 3022-3047”

LOCAL:

Centro Paranaense Feminino de Cultura

Rua Visconde do Rio Branco nº 1717 – Centro -

CURITIBA - PARANÁ





segunda-feira, 17 de maio de 2010

III Encontro do Rompendo Barreiras



09 de junho de 2010

Tema: Inclusão da Pessoa com Deficiência no Ensino Superior.

O Programa Rompendo Barreiras luta pela inclusão da pessoa com deficiência na sociedade. Desta forma, para que essa inclusão ocorra de forma digna e participativa, entendemos que a Universidade deve ser um pólo educacional que irradie exemplos de inclusão. Sendo assim, buscando oferecer contribuições concretas sobre a inclusão de estudantes universitários com deficiência, o III Encontro do Rompendo Barreiras visa suscitar questões e promover debates que evidenciem as situações e recursos que favorecem a inclusão do aluno com deficiência no Ensino Superior. Com esse objetivo, serão levantadas condições que propiciem a inclusão do ponto de vista educacional e social; graduandos e graduados com deficiência terão vez e voz para relatarem as experiências vivenciadas por eles na UERJ. Esta oportunidade de declararem se as atitudes humanas e condições materiais fazem/fizeram com que se considerem/se considerassem incluídos poderá ser o diferencial motivador de novas ações inclusivas na Universidade.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Senador Mercadante responde Advertência sobre AUTISTA

Brasília 12/05/10,
Prezado Nilton

Em atenção à manifestação recebida, gostaria de esclarecer que, com minha declaração publicada na matéria “Mercadante vê atitude "autista" no governo tucano de SP”, do Portal Terra, pretendi afirmar apenas que o PSDB criou um mundo interior próprio desassociado da realidade vivida em São Paulo.
De qualquer forma, agradeço a advertência e considero relevantes os argumentos apresentados. E ajudarei a evitar o uso fora do contexto desta expressão. Solidarizo-me com as famílias com as famílias de portadores de necessidades especiais uma vez que faltam políticas públicas do estado.
Aproveito para colocar à disposição dos interessados a publicação “Direitos do Cidadão Especial”, na qual abordo os programas existentes no serviço público.
Para ter acesso ao livro, basta entrar no site www.mercadante.com.br e fazer o download do material.
Um abraço
Atenciosamente

Senador Aloizio Mercadante (PT-SP)

From: Assessoria do Senador Mercadante
To: 'Nilton Salvador'
Sent: Wednesday, May 12, 2010 5:25 PM
Subject: RES: [mercadante.com.br] Fale com mercadante - Nilton Salvador


Ninguém nos Ouve - REFLEXÃO

Recebi de uma amada amiga o texto abaixo.
Li, reli. Li mais uma vez. Li novamente. Vou ler de novo
-o-o-o-o-o-o-o--o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-
Tenho notado a muito tempo que as pessoas andam ligadas no “piloto automático” e sequer “ouvem” o que a gente está dizendo... Estão se tornando cada vez mais “robotizadas”, parecem atendentes de “telemarketings da vida” que repetem sempre a mesma frase não importa o que a gente diga... Com uma visão tão limitada!
Essa história me fez lembrar o dia que o Lucca nasceu...
Quando cheguei na maternidade sentindo que ele estava quase “pulando pra fora” e falei para as atendentes da recepção, enfermeiras, médico, etc... Que ele estava “nascendo” ninguém acreditou, diziam que era assim mesmo.
Meu médico ao telefone quando falei que não daria tempo dele chegar, falou em tom tranquilizador que daria tempo sim, que ele estava a caminho, enfim... TODO MUNDO achava que eu estava exagerando e que era só mais uma mãe “sem noção” do tempo que “normalmente” leva um trabalho de parto, até o médico da triagem me examinar e mandar buscar a maca CORRENDO porque o bebê já estava “coroando”...
No fim foi ele mesmo que fez o parto sem nem sequer dar tempo de acender as luzes do centro cirúrgico... Na maca que eu estava mesmo...

As pessoas não nos escutam mais...

Charge: Google

Repudio – Mau uso da palavra Autismo/Autista


Nossa está ficando cansativo
Os adjetivos, o discurso pejorativo
Para a Síndrome Autismo.
Cansa-me, ouvir que tu és alienado
Fechado em seu mundo...
Estou cansada desses pseudo-intelectuais
Que acham bonito usar o termo autismo
Como se por detrás do autista
Não houvesse a pessoa...
Ai... Estou cansada de pensar
Que o mundo é comandado
Por pessoas assim...
Cansada de me angustiar
Pelo dia que eu não estiver mais aqui...
E você não ter alguém para te defender
Sabe, às vezes pergunto-me
Qual é a distância da linha
Que divide a normalidade
Da falta dela...
Às vezes acho-me mais incoerente que você,
Que organiza a casa,
Que me pede a bolsa, para colocá-la
No lugar que deveria estar...
Que segura um papel na mão
E não joga no chão, buscando
A primeira lata de lixo.
Que levanta e adormece sorrindo,
Que busca minhas mãos,
Que quando eu brigo
Me abraça-me e sorri,
Não fica magoado, e me beija.
Mas isso eles dizem ser falta de sentimento
Ou de entendimento.
Não creio, acho que tens sentimento
Muito maior que o nosso pode alcançar...
Estas além da mazela humana
Do mundo em que vivemos.
Não possuís a lógica,
Mas tens a mágica
Um mundo cheio de luzes
Que somente quem sabe enxergar
Além do olhar físico pode ver...
Você tem a pureza, a grandeza
Das almas em constante aprendizagem
Então perdoa me cansar
Dessas falácias vazias
Desses hipócritas de plantão.
Como disse o mestre um dia:
Perdoa pai, eles não sabem o que dizem,
São ignorantes do espírito.

Liê Ribeiro
Mãe do Gabriel Gustavo 
Autista

terça-feira, 11 de maio de 2010

Senador associa Autista ao governo de São Paulo

Senador Mercadante, o senhor sabe o que é ECOLALIA?
Não?
Pois saiba que Ecolalia é uma moléstia na qual o doente repete palavras ou frases que ouviu ou pronunciou.
É do que o senhor demonstra estar sofrendo, pois só repete que todos os males do País só tem um culpado: Fernando Henrique Cardoso, do qual nem o ininputável Lulla conseguiu se livrar da sombra dele.
Como candidato ao governo do Estado de São Paulo e orientado para usar propaganda enganosa, o senhor corrompe e distorce a palavra autista de acordo com o oportunismo que lhe convém.
O mau uso da palavra autista aumentou ciclicamente a partir da síndrome da corrupção que assolou o governo do qual o senhor é parte integrante, quando políticos que não perdem tempo para falar asneiras, no final se perdem em suas próprias palavras, sem saber que estão atingindo gravemente a quem nada tem a ver com as suas atitudes recrimináveis, causando traumas e danos irreparáveis.
Se o senhor senador não gosta de pessoas com determinada característica, feia ou bonita bizarra ou estigmatizada, ou da educação do seu próprio governo quando a vê como desoladora, isso é um preconceito.
A partir do momento que o senhor insultou o governo do seu estado como autista, praticou a discriminação.
Saiba senador que o preconceito leva à discriminação, quando deficientes da mente, como os autistas, são considerados inferiores e excluídos por aqueles que se consideram “melhores” como o senhor está se julgando ser como político midiático.
A discriminação pode ser provocada por indivíduos e por instituições, enquanto que o preconceito, só pelo indivíduo, como é o seu caso.
Autismo senador é uma síndrome que atinge milhares de brasileiros. É entendida como uma doença séria e deve ser entendida como tal. Sua associação não é só uma ofensa, como também reforça a idéia de que ter algum tipo de deficiência é algo ruim, tornando o termo pejorativo.
Os familiares de um autista sofrem as consequências disso, esteja convicto senador Mercadante.
Um político, tendo a responsabilidade social da sua investidura e pretendendo o cargo em vista, no mínimo deve tomar muito cuidado com o que fala.