sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Mamãe surpreendida


Primavera chegando

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Direitos dos Autistas

Vestir-se com a cor azul
Soltar balões, azuis

Colaboração: Rosa Maria Passarelli
Grupo Asperger Brasil


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Está fazendo a sua parte?


Pitoco aplicando Teste de Paciência


Abordagem lúdica para tratamento odontológico do autista

Abordagem lúdica para tratamento odontológico do autista

A odontologia para pacientes com necessidades especiais tem um grande desafio no que diz respeito ao atendimento ambulatorial do paciente autista em razão da dificuldade de relacionamento social que este apresenta. Psicólogos e especialistas em desenvolvimento infantil têm apontado há décadas que crianças que possuem desenvolvimento típico aprendem melhor através de experiências interativas e emocionalmente prazerosas com outras pessoas. Nestas interações, a criança é um participante ativo ao invés de um recipiente passivo de informação. 
Nos últimos dez anos, os pesquisadores têm percebido que o mesmo vale para crianças com autismo e dificuldades similares.
As novas perspectivas e pesquisas em relação ao autismo estão começando a perceber o que o Programa Son Rise® já vem praticando há anos. Este programa tem sido utilizado internacionalmente por mais de 30 anos com crianças e adultos representantes de todo o Espectro do Autismo e dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. O Programa Son Rise® é centrado na pessoa com autismo. Isto significa que o tratamento parte do desenvolvimento inicial de uma profunda compreensão e genuína apreciação da pessoa, de como ela se comporta, interage e se comunica, assim como de seus interesses. O Programa Son Rise® descreve isto como "ir até o mundo da pessoa com autismo", e é isso que fazemos para alcançar com êxito o tratamento odontológico.
O autismo infantil é um transtorno global do desenvolvimento caracterizado por um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes dos três anos de idade, e apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da alimentação, hetero ou autoagressividade, hand flapping (agitar as mãos), rodopiar etc.  O objetivo desse trabalho é apresentar a técnica usada pela autora para facilitar o tratamento odontológico, minimizando o estresse e os custos com o procedimento, favorecendo a inclusão social e treinamento para que mais profissionais usem a técnica, tornando-se aptos a realizar o atendimento em nível ambulatorial.
RELATO DE CASO
Paciente do gênero masculino, 14 anos, autista, apresentou-se na clínica de odontologia do Projeto Social "Vila Maria - Um Caso de Amor", da Escola de Samba Unidos de Vila Maria, acompanhado da mãe à procura de tratamento. Após realização de uma anamnese criteriosa foi constatado ser um autista de baixo funcionamento, sem verbalização, riso inapropriado, pouco contato visual, resistência à mudança de rotinas, sem acompanhamento psicológico, terapêutico ou escolar, que nunca havia ido ao dentista e apresentava dificuldade de aceitar a higienização bucal feita pela mãe. Foi relatada sua preferência por carros de brinquedo, e o que realmente mais apreciava era comer.
Não gostava de ser contrariado e se sentir preso, nessa situação poderia desencadear uma crise. Essa anamnese foi realizada só com a mãe sem a presença do paciente porque o tempo da entrevista poderia deixá-lo nervoso. Após a entrevista iniciou-se o planejamento das sessões de condicionamento lúdico para o tratamento odontológico. Nosso vínculo seria conseguido através dos carrinhos e esse era o primeiro caminho.
Na 1ª sessão de condicionamento lúdico iniciei com abordagem adaptando o método Son Rise® à odontologia, fui ao encontro do paciente, que estava sentado na sala de espera realizando movimentos estereotipados com o tronco para frente e para trás, sem notar minha presença. Abortei o uso do jaleco branco e nas mãos levava um carrinho de plástico. Não falei nada, apenas passava na frente dele com o carro entre os dedos. Sentei ao seu lado e aos poucos fui empurrando o carrinho sobre sua perna, imediatamente ele pegou. Comemorei com aplausos e disse: "muito bem!", como indica o Programa Son Rise®. Dessa forma estava sendo motivado a interagir e a intenção era "entrar no mundo da pessoa com autismo". Aos poucos foi aceitando que manipulasse o carrinho sobre suas pernas. Mas precisava mais, teria que entrar ao consultório e era um ambiente novo, desconhecido, cheio de estímulos visuais que podem sobrecarregá-los e serem competitivos ao condicionamento, além de odores que poderiam desencadear crises nesse paciente.
Devemos simplificar o ambiente de trabalho. Na cabeça, fiz a opção de usar uma tiara com 2 borboletas presas por longas molas que se mexiam num simples toque, o retorno com essa ação era buscar o contato visual, uma das mais difíceis maneiras de relacionamento do paciente autista. Associei o uso da tiara à música "Borboletinha" das cantigas infantis, em tom baixo e buscando o contato visual. Aos poucos estendi as mãos ao paciente e o conduzi ao consultório. Mais uma vez deu tudo certo e ele me seguiu. Comemoramos novamente: "Muito bem! Formidável!", e mais aplausos. O Programa Son Rise® é lúdico. A ênfase está na diversão. As atividades são adaptadas para serem motivadoras e apropriadas ao paciente mesmo que ele seja um adulto. Uma vez que a pessoa com autismo esteja motivada para interagir com o profissional, este poderá criar situações de aprendizagem - e no nosso caso é conhecer, entender e aceitar o tratamento odontológico. O paciente tem que ter segurança no profissional, confiar em suas palavras e gestos, e o profissional não deve nunca quebrar esse vínculo, respeito e confiança.
Entramos no consultório e sentamos sobre um tapete de EVA colocado no chão, onde alguns carrinhos nos esperavam para prosseguir o condicionamento. Falo em prosseguir porque o mesmo já foi iniciado no 1º contato, ainda na recepção, onde detalhes não podem ser esquecidos, já que para esses pacientes não são detalhes. Na altura de nossos olhos estava fixo na parede um espelho de 0,50 x 1,00 m, para tentarmos de várias maneiras o contato visual. Alguns pacientes autistas buscam o contato visual através da imagem refletida no espelho e devemos ficar atentos a isso e comemorar imediatamente quando esse contato for alcançado, motivando para que ele seja repetido. Sempre que comemoramos a habilidade adquirida estamos fortalecendo para que ela se repita. Quando um comportamento é fortalecido é mais provável que aconteça no futuro. Podemos comemorar com aplausos, bolinhas de sabão e várias tentativas até encontrar o que realmente motiva essa pessoa.
    Buscamos o contato visual porque será o melhor caminho de comunicação para o paciente perceber que você existe e aceitar você para seu mundo. Não podemos ter medo de ousar, confiar sempre, estudar a técnica e aplicá-la com amor. Nessa sessão, conseguimos o contato visual por três vezes, além disso o paciente entrou espontaneamente ao consultório, observou tudo, sentiu alguns objetos com as mãos e aceitou o contato das minhas mãos - que, nesse momento, já estavam com as luvas.
Na 2ª sessão de condicionamento lúdico, o paciente chegou e imediatamente entrou ao consultório procurando o carrinho usado na sessão anterior. Meu planejamento era que ele sentasse na cadeira odontológica, então prendi o carrinho no refletor com fita crepe e deixei a luz acesa para chamar a sua atenção. Ótimo, ele encontrou o carrinho e sentou na cadeira. Bati palmas, comemorei e, é claro, dei o carrinho em suas mãos. Nesse momento consegui mais um contato visual e percebi que nosso vínculo estava ficando mais forte. Aproveitei o momento para apresentar a seringa tríplice lançando um pouco de ar no carrinho e depois na perna do paciente, subindo a caminho da boca. Nesse momento gosto de fazer uso das músicas infantis, brincando, cantando e apresentando os instrumentos do consultório.
É importante observar cada reação de nosso paciente, apresentar verbalmente cada ação para não ser uma surpresa e fazer de maneira calma sem assustar nem causar estresse. Podemos usar figuras para apresentação dos instrumentos do consultório e depois mostrar o objeto propriamente dito. Parece que dessa forma eles reagem melhor a novidades, essas figuras devem ser simples e exemplificar realmente o objeto de maneira clara - como a fotografia de mãos com luvas, mostrando as mãos com as luvas para que ele possa sentir sua textura. Se a opção for atender pacientes autistas não pense que tudo isso "são detalhes". Ótimo, aceitou a tríplice, as luvas e a manipulação da face, com auxílio de fantoches de dedo e todo apoio lúdico conseguimos acesso à cavidade bucal, e a higiene oral com escova e pasta foi realizada. Nunca se esquecer de recompensar: muito bom! Bolinhas de sabão. Isso é o que afirma o Programa Son Rise®. Para essa sessão já estava ótimo.
Na 3ª sessão ele entrou muito tranquilamente e sentou na cadeira, arrancou o carrinho do refletor e começou a gritar alguma coisa que não entendi. De repente o compressor ligou e foi um desastre, uma gritaria só. Ele batia a mão na cabeça e movimentava o tronco para frente e para trás. Pedi que desligassem o compressor mas já era tarde, encerramos a sessão.
A 4ª sessão foi marcada com intervalo de uma semana para diminuir o estresse anterior. Estava muito ansiosa ao recebê-lo, mas foi tudo bem: ele entrou, sentou e arrancou o carrinho do refletor. Desta vez o compressor já estava desligado! Iniciamos com profilaxia com uso da baixa-rotação, 1º no carrinho, depois na mão, no rosto e finalmente na boca. Foi ótimo, consegui a profilaxia de todo arco superior e deu para terminar o exame clínico. Conforme fazia a profilaxia, ia mexendo a cabeça para que as borboletinhas balançassem e foi ótimo, consegui por várias vezes o contato visual e percebi que já tínhamos um vínculo. Sessão terminada para não estressar o paciente. Nesse momento sempre pego o brinquedo e guardo afirmando que irá encontrá-lo na próxima sessão e sempre dá certo no retorno. A 5ª sessão foi a mais tranquila de todas: o paciente entrou, sentou, arrancou o carrinho do refletor e ficou com a boca aberta. ÓTIMO! Terminei a profilaxia e marcamos retorno bimestral para controle e prevenção, porque o paciente não apresentava cáries.
CONCLUSÃO
Para conseguir o tratamento odontológico do paciente autista em ambulatório sem uso das faixas de contenção, é preciso dedicação do profissional, estudo da técnica proposta, compreensão das necessidades e limitações dos indivíduos, acreditar que é possível, paciência, tentar várias vezes cada procedimento e ter muito amor no que se faz.
 BIBLIOGRAFIA 
 Baron-Cohen et AL. Psychological markers in the detection of autism in infancy in a large population. British Journal of Psychiatry, n.168, p.158-163, 1996.
2. Frith,U. Autism and Asperger Syndrome .Cambridge University Press, 1991.
3. Gauderer, E. Christian. Autismo. São Paulo: Atheneu; 1993.
4. Hogan. Autism Treatment Center of America. Home of the Son-Rise Program®. Modelo de desenvolvimento do Programa Son-Rise®, tradução: Barreto,AD e Inspirados pelo autismo, 2007.
5. Katz, CRT, et al. Abordagem psicológica do paciente autista durante o atendimento odontológico. Odontologia Clín.Cientif. Recife, 8 (2):115-121, a br/jun.,2009
6. Moore, ST. Síndrome de Asperger e a escola fundamental: soluções práticas para dificuldades acadêmicas e sociais. São Paulo: Associação Mais 1,2005.
7. Zink,AG et al. Atendimento odontológico do paciente autista - Relato de caso. Revista ABO Nacional - vol.16, nº5, 313-316, out/Nov.2008.  

Adriana Zink
link do lattes:https://wwws.cnpq.br/curriculoweb/pkg_menu.menu?f_cod=9B470E8BB09F91E8B3C8861E51F47146 -cirurgiã-dentista especialista em pacientes com necessidades especiais -mestranda na Unicsul -membro da Câmara técnica de pacientes especiais do CROSP -vencedora do VI prêmio orgulho autista Brasil



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Arte Autista - Reais exemplos.


Vídeo mostrando como foi o 'passo a passo' das telas pintadas pelos alunos do 
Centro de Convivência da Escola Municipal de Educação Especial Maria Lucia Luzzardi, 
na cidade de Rio Grande-RS.
Ao final, os alunos artistas ganharam uma exposição de seus quadros.
Orientação das educadoras de arte :
Magali Olioni Silveira e Maria Helena Castro

Publicado no YOUTUBEem 22/08/2012 por Dani Laidens.

Daniela Laidens é owner do blog:
 Janelinha para o Mundo na cidade de Rio Grande - 
Rio Grande do Sul - Brasil

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Amigos da causa da pessoa com autismo no Brasil


A nossa luta este momento será pela aprovação do PL 1631/11 junto à Comissão de Constituição e Justiça-CCJ.
Estamos fazendo uma grande mobilização para o dia 19 de setembro de 2012, onde queremos chamar a atenção da sociedade e dos políticos em Brasília para a URGÊNCIA DA APROVAÇÃO DO PL 1631/11. De Norte a Sul do país este projeto está sendo esperado. As famílias do Brasil que tem um filho com autismo esperam que com a aprovação do PL 1631/11, regulamente-se uma série de procedimentos, tratamentos específicos sejam implantados, a elaboração de uma proposta psicopedagógica voltada as especificidades da síndrome autista junto as ESCOLAS torne-se uma realidade, que as famílias recebam apoio profissional ADEQUADO, que NENHUMA CRIANÇA, JOVEM OU ADULTO COM AUTISMO SEJA TRATADO DE FORMA DESUMANA, AMARRADO, TRANCADO DENTRO DA SUA PRÓPRIA CASA, DEVIDO O FATO DE SUA FAMÍLIA NÃO TER CONDIÇÕES DE ARCAR COM OS ALTOS CUSTOS PARA SEU TRATAMENTO...
Enfim, é isso, UMA VIDA INTEIRA NÃO SERIA O BASTANTE PARA CONTER TUDO O QUE TEMOS VIVIDO NESTES ÚLTIMOS 13 ANOS DE LUTA PELOS DIREITOS DAS PESSOAS COM AUTISMO NO BRASIL. OBRIGADO POR QUE VOCÊ ACREDITOU!
Vá além e assine esta Petição em favor do PL 1631/11, QUE ESTAREMOS ENTREGANDO NO DIA 19 SET 12 AOS DEPUTADOS EM BRASÍLIA:
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=Familias
...A mobilização já começou e você faz parte dela. A grande vitória de nosso movimento será a nossa DETERMINAÇÃO DE DAR UM BASTA A TANTO DESCASO E DESLEIXO COM OS NOSSOS FILHOS COM AUTISMO!
CHEGA DE FICARMOS ESPERANDO QUE ALGUÉM FAÇA ALGO POR NÓS, O PL Nº 1631/11 FOI FEITO POR PAIS E PROFISSIONAIS DEDICADOS A CAUSA DA PESSOA COM AUTISMO NO BRASIL, QUE NÃO AGUENTAVAM MAIS VER O DESINTERESSE DE NOSSOS POLÍTICOS E ADMINISTRADORES PÚBLICOS EM ELABORAREM POLÍTICAS PÚBLICAS QUE DE FATO ATENDESSEM NOSSOS FILHOS COM QUALIDADE E EFICIÊNCIA NECESSÁRIAS.
- DIA 19 DE SETEMBRO DE 2012, EM FRENTE A CÂMARA DE DEPUTADOS EM BRASÍLIA, ÀS 09:00HS, GRANDE CONCENTRAÇÃO DE PAIS, FAMILIARES, AMIGOS E PROFISSIONAIS DEDICADOS A CAUSA DA PESSOA COM AUTISMO NO BRASIL, PEDINDO PELA APROVAÇÃO URGENTE DO PL 1631/11!
DIVULGUEM JUNTO AOS SEUS AMIGOS, FAMILIARES...
ENGAJE-SE NESTA LUTA, E AJUDE-NOS A RESGATAR A DIGNIDADE  DAS PESSOAS COM AUTISMO NO BRASIL!
"Dia 19 Set 12 teremos sessão na Câmara de Deputados e o deputado Hugo Leal vai anunciar o nosso movimento dando ênfase à causa da pessoa com autismo e pedindo a aprovação urgente do PL 1631/11!"
Projeto de Lei nº 1631/11
Projeto de Lei nº 1631/11 - Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e estabelece diretrizes...

Colaboração: Valéria Llacer

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Dia dos Pais 2012

Provavelmente todos os pais,  de autistas ou não, 
ganharam um cartão de homenagem pelo 
Dia dos Pais.
Eu também ganhei um do meu filho Eros Daniel - autista.
Observem que a professora fez ele
 usar a borracha e escrever até acertar

sábado, 11 de agosto de 2012

PL 1.631 - Votação em REGIME DE URGÊNCIA


O deputado federal  Hugo Leal,  CONSEGUIU TODAS AS ASSINATURAS para aprovar o requerimento de
URGÊNCIA URGENTÍSSIMA PARA VOTAÇÃO DO 
PL. 1631/11.

Agora o PL 1.631/11, deve ser votado em caráter de 
Urgência - Urgentíssima.

Não podemos esquecer que este evento teve o apoio fundamental das deputadas federais Mara Gabrilli e Rosinha da Adefal incansáveis defensoras da Pessoa com Deficiência.


Que cada um continue fazendo sua parte...

FELIZ DIA DOS PAIS


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Mulher com autismo que pensa como animais é "encantadora" de rebanhos


Americana criou uma série de mudanças radicais na indústria da carne nos Estados Unidos e é considerada uma autoridade mundial em saúde animal.

Temple Grandin fica no meio dos animais
para enxergar os problemas que eles enfrentam
Quando era criança, a americana Temple Grandin não se relacionava com outras pessoas e só começou a falar aos quatro anos de idade. Hoje, é uma celebridade, foi tema de filmes, dá aulas na Universidade de Colorado, é assessora do governo dos Estados Unidos e uma autoridade mundial em saúde animal.
Temple Grandin foi diagnosticada com autismo durante a infância. A empatia de Grandin com o gado e sua capacidade de entender o que os animais sentem levou à introdução de uma série de mudanças radicais no trabalho com o gado e na indústria de carne americana.


Seus livros e palestras a tornaram tão popular que sua vida foi mostrada em documentário para televisão americana e européia.
Grandin esteve recentemente no Uruguai, participando de um encontro sobre saúde animal.
Ela afirmou que o autismo está na raiz de sua habilidade.
"O autismo me ajuda a entender o gado", disse Grandin em entrevista à BBC.
"Penso de forma totalmente visual e é assim que os animais pensam. Minhas memórias são fotográficas e este pensamento visual me permite perceber detalhes que podem aterrorizar os animais, como as sombras, os reflexos no metal ou uma entrada que é muito escura."
A professora afirmou que suas memórias parecem um vídeo que ela pode passar várias vezes em sua mente, explorando cada detalhe.
Detalhes e métodos
Grandin disse que tanto a "mente autista como a mente animal" notam detalhes que podem parecer mínimos para outras pessoas.
Em um dos casos em que trabalhou, ela notou que o gado parava abruptamente na entrada de um curral e que isso ocorria devido aos objetos que estavam espalhados no caminho dos animais.
"Penso de forma totalmente visual e é assim que os animais pensam."
Temple Grandin
Em outro caso, o que assustava os animais era uma entrada muito escura. Ao invés de reconstruir o curral, a abertura de uma janela foi o suficiente para resolver o problema.
Os métodos utilizados por Grandin não são convencionais e incluem deitar-se no chão, no local onde o gado fica, para que os animais se aproximem, como se fosse uma "encantadora" de gado.
"O gado se sente ameaçado por coisas desconhecidas (...). Uma vaca em uma fazenda de leite vai caminhar sem problemas sobre uma sombra se a vê todos os dias. Mas um animal em um curral vai se assustar com esta mesma sombra se a ver como algo novo."
Bem-estar e medo
Grandin disse à BBC ser fundamental para a saúde dos animais que os abatedouros obedeçam a alguns requisitos.
"Paredes sólidas e um chão que não escorrega são essenciais. Os animais entram em pânico quando escorregam", afirmou.
"Os funcionários também devem manter a calma e reduzir muito o uso do bastão elétrico (para ajudar a conduzir o rebanho). A forma como os animais são tratados afeta a qualidade da carne. O uso do bastão e a agitação durante os últimos cinco minutos antes do abate fazem com que a carne fique mais dura", disse.
No entanto, a professora afirma que a principal razão de mudar o tratamento dos animais é que "eles são capazes de sentir tanto medo como dor".
Alguns críticos perguntam a razão de se melhorar o bem-estar do gado se eles serão mortos para o consumo humano e se o melhor seria simplesmente não matar estes animais.
"Quando me perguntam como posso justificar a matança de animais para o consumo de sua carne, minha resposta é a seguinte: o gado não teria nascido se não os tivéssemos criado com fins alimentícios. Devemos dar a eles uma vida boa e uma morte sem dor", afirmou Grandin.
Palestras
Além de seu trabalho com bem-estar animal, Grandin também dá numerosa palestras sobre autismo, destacando a importância de fornecer logo cedo o apoio de professores capazes de dirigir as fixações de crianças autistas em direções que rendam frutos.
"(Albert) Einstein hoje seria diagnosticado como autista. Ele não falou até os três anos de idade."
"Steve Jobs, o fundador da Apple, foi perseguido por seus colegas de escola e era considerado um solitário, estranho quando estava na escola", disse Grandin à BBC.
"As pessoas diferentes são capazes de conseguir coisas grandiosas", acrescentou.
Fonte: 
BBC
Foto:
Rosalie Winard



sábado, 4 de agosto de 2012

Chegada de um animal de estimação em casa melhora comportamento de crianças autistas

Saúde - Notícia - VEJA.com

Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira no periódico PLoS One mostrou que o contato com animais de estimação pode ter um efeito positivo no comportamento de crianças autistas. Segundo especialistas do Centro de Pesquisa do Hospital de Brest, na França, pessoas com a síndrome que passam a ter um cão ou um gato, por exemplo, depois dos cinco anos de idade podem apresentar um melhor relacionamento com outras pessoas do que os indivíduos que já nascem em lares com a presença algum bicho ou que passam a vida sem conviver com um.

CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Does Pet Arrival Trigger Prosocial Behaviors in Individuals with Autism?
Onde foi divulgada: periódico PLoS One
 Quem fez: Marine Grandgeorge, Sylvie Tordjman, Alain Lazartigues, Eric Lemonnier, Michel Deleau e Martine Hausberger
 Instituição: Hospital de Brest, França
 Dados de amostragem: 260 pessoas com autismo
Resultado: Pessoas com autismo que passaram a ter animais de estimação a partir dos cinco anos de idade se relacionam melhor socialmente do que quem nunca conviveu com algum bicho de estimação. Embora de forma menos intensa, quem nasce em lares com animais também apresentam melhora
No artigo, os autores explicam que, embora a terapia envolvendo contato com animais já venha sendo recomendada a crianças com autismo há algum tempo, os resultados concretos dessa abordagem nunca haviam sido estudados.
Animais de estimação fazem bem à saúde, revela estudo
Participaram da pesquisa 260 indivíduos de seis a 34 anos que tinham a síndrome. As pessoas que passaram a ter algum animal de estimação a partir dos cinco anos de idade apresentaram melhora em alguns aspectos específicos do comportamento social: elas se sentiam mais confortáveis e se mostravam mais solidárias quando se relacionavam com outras pessoas do que pacientes que nunca tiveram um animal. Os participantes que já nasceram em casas com a presença de animais também mostraram uma melhor relação social, embora menos intensa do que o outro grupo. Para os autores do estudo, esses resultados devem incentivar outras pesquisas que aprofundem os mecanismos envolvidos na relação entre pessoas com autismo e animais.
O que é autismo?
Qual a diferença entre autismo e Síndrome de Asperger?
A partir de que idade é possível detectar o autismo?
A que sinais os pais devem ficar atentos antes dessa idade?
Quais são os sintomas mais comuns?
Quais são as causas conhecidas do autismo?
Existe alguma relação entre vacina e autismo?
Como o diagnóstico é feito?
Existem níveis diferentes de autismo?
Por que o autismo é mais frequente no sexo masculino?
O que os pais devem fazer quando descobrem que o filho tem autismo?
Autismo tem tratamento?
Qual tratamento tem sido mais bem sucedido?
É possível levar uma vida normal?
Estamos vivendo uma epidemia de autismo?
Autista tem problema de Q.I. ou retardo mental?
O que fazer quando o filho autista tem também retardo mental?
Autismo pode ser confundido com TDAH?
*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

Estevão Vadasz, psiquiatra e coordenador do Programa de Transtornos do Espectro Autista
do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da USP (PROTEA)

Pitoco ecologicamente convencido